Por Kanupriya Kapoor e Hidayat Setiaji
JACARTA (Reuters) - Dezenas de milhares de muçulmanos se reuniram no centro de Jacarta nesta sexta-feira para protestar contra o governador da cidade, um cristão acusado de insultar o Alcorão, alimentando uma tensão que vem alarmando o presidente do país, Joko Widodo.
Widodo culpou "agentes políticos" por explorarem a fúria com o governador, Basuki Tjahaja Purnama, para desestabilizar seu governo. Enfatizando estes temores, a polícia anunciou nesta sexta-feira que 10 pessoas foram detidas por suspeita de traição.
Uma enxurrada de manifestantes vestidos de branco se reuniu ao redor do Monumento Nacional e, por não haver mais espaço no local, as ruas dos arredores ficaram repletas de manifestantes que cantavam, rezavam e carregavam cartazes exigindo que Purnama seja preso.
Autoridades policiais estimaram a multidão em ao menos 150 mil pessoas, incluindo muitas que viajaram a Jacarta saindo de cidades pequenas e grandes da ilha de Java e além.
Widodo se dirigiu à multidão após as orações desta sexta-feira e elogiou a manifestação pacífica antes de exortar a plateia a partir em segurança.
"Muito obrigado e boa viagem em sua volta para onde vieram. Deus os abençoe", disse Widodo, flanqueado por ministros e líderes islâmicos.
Enquanto o presidente era auxiliado a deixar o palco, algumas pessoas da plateia se uniram ao líder da linha-dura Frente de Defensores Islâmicos e entoaram slogans pedindo o aniquilamento de Purnama.